O real brasileiro enfrenta uma das maiores perdas cambiais do mundo desde o anúncio de tarifas recíprocas pelos Estados Unidos no início de abril. De acordo com levantamento da Austin Rating, com base em dados da Ptax do Banco Central, a moeda nacional acumula queda de 5,1% frente ao dólar desde 2 de abril, ficando atrás apenas do dinar da Líbia (-13,2%) e do peso colombiano (-5,8%) entre as 118 moedas analisadas.
A cotação da moeda americana chegou a R$ 6,00 e fechou a terça-feira (8) em R$ 5,99 — o maior nível desde 21 de janeiro, quando o dólar encerrou o dia a R$ 6,03. Esse movimento acontece em um contexto de tensão no comércio internacional, com destaque para a disputa entre Estados Unidos e China, principal parceira comercial do Brasil. A proximidade econômica com o país asiático contribui para pressionar ainda mais a moeda brasileira.
No cenário global, 58 moedas se desvalorizaram no mesmo período. Em contrapartida, 32 registraram valorização frente ao dólar, com destaque para o franco suíço (+3%), o iene japonês (+2%), o peso da República Dominicana (+1,7%) e a rúpia indiana (+1,4%).
A alta do dólar acende o alerta em setores que dependem de insumos importados e reforça a instabilidade no câmbio diante das incertezas geopolíticas.
