A deputada estadual Lia Gomes (PDT) lamentou a decisão do deputado federal André Figueiredo de retomar a presidência do PDT no Ceará nessa segunda-feira (2), interrompendo o mandato interino do senador Cid Gomes no comando da legenda. Para ela, Figueiredo “quebrou o acordo” de surpresa “sem se importar se o PDT que vai ficar para caber dentro de um fusca”, já que a maioria do partido apoia a liderança de Cid.
“Eu penso que o André quer hoje que o grupo majoritário, sem se importar se o PDT vai ficar para caber dentro de um fusca, mas, se couber dentro de um fusca, será por esse grupinho de três deputados estaduais, um federal e um prefeito. Um partido, que é o maior do Estado, passaria a caber dentro de um fusca, mas esse fusca seria 100% dominado por ele” .
Para ela, a decisão de André Figueiredo foi de “caso pensado”. Irmã de Cid e Ciro Gomes, que estão em lados opostos dentro do PDT, Lia diz que fica “particularmente afetada” pelo racha na legenda impactar na relação entre os irmãos, mas que não participa da divisão na família.
“Eu não entendo que, familiarmente, a gente esteja em lados opostos, embora haja algumas divergências profundas que têm sido expostas até pelo Cid e pelo Ciro publicamente. No que me diz respeito, eu não participo dessa cisão de dizer que estou do lado de um ou de outro”, declara.
Ela ressalta, no entanto, que apenas faz parte da maior fatia da bancada do PDT que defende o apoio ao Governo Elmano de Freias (PT). Dos 13 estaduais, 10 compõem a base governista. Ainda conforme Lia, o movimento de André Figueiredo deixa a legenda “vulnerável” para as eleições de 2024.
“Nós estamos vivendo um momento de uma certa tensão, uma disputa dos partidos pelas lideranças municipais. (…) Isso (racha interno) coloca o nosso partido em uma situação muito vulnerável, porque passa uma imagem para os líderes municipais de que não existe estabilidade no partido”, destaca.
*Ponto Poder