Em um documento assinado por representantes de diversas categorias do setor produtivo do Ceará, entidades empresariais reclamam da “falta de flexibilização para a retomada gradual das atividades econômicas”.
O manifesto, que circulou pelas redes sociais, e que foi distribuído à imprensa, destaca que as entidades que assinam o documento “representam 1.080.000 empregos formais no Estado do Ceará, o que significa 73,3% de todos os empregos no Estado do Ceará e 76,31% do PIB estadual.”
E diz ainda que “desse modo, estão preocupadas em não serem omissas, diante do desafio de manter empregos e salários de seus colaboradores.”
No documento, as entidades empresariais ressaltam que “ao insistir em um pseudo conflito de interesses entre a saúde pública e a economia, estamos assistindo medidas que paralisam a atividade produtiva e que terão impactos duradouros e diretos na saúde financeira de todos os cearenses.”
Mesmo de forma discreta (ou diplomática), o documento é o primeiro posicionamento oficial que se coloca de forma contrária às decisões do governador Camilo Santana. As entidades falam, ainda, em diálogo com o governo. “A fim de que possamos encontrar um caminho que preserve o equilíbrio econômico e social no combate à pandemia”, diz o manifesto.
E finaliza: “O enfrentamento da pandemia não é só uma questão de saúde pública, mas também econômica e social”. (Expresso Ceará).
Manifesto na integra:
O SETOR PRODUTIVO CEARENSE, representado no Comitê de enfrentamento ao Coronavírus do Governo do Ceará pela FIEC, FECOMÉRCIO, FETRANS, FAEC e CDL, MANIFESTA A SUA PROFUNDA INSATISFAÇÃO pela falta de um plano de flexibilização para a retomada gradual das atividades econômicas, que possa assegurar todos os cuidados necessários tanto aos nossos colaboradores como à sociedade, visando à mitigação dos impactos da crise, simultaneamente à saúde pública e à economia, de modo a preservar vidas e manutenção dos empregos; a situação atual traz profunda insegurança à sociedade, aos empresários e aos seus colaboradores, informais e autônomos.
Estamos apoiando todas as medidas do Governo para minimizar os impactos da pandemia e enfrentar a crise e respeitando todas as medidas de prevenção e combate à propagação do vírus, em especial as de isolamento e suspensão de atividades, e, além disso, através de parcerias com a iniciativa privada, estamos em constante mobilização para colaborar com a doação de equipamentos hospitalares, fornecimento de EPI’s para hospitais e campanhas de conscientização.
As entidades que assinam este Manifesto, hoje representam 1.080.000 empregos formais no Estado do Ceará, o que significa 73,3% de todos os empregos no Estado do Ceará e 76,31% do PIB estadual. Desse modo, estão preocupadas em não serem omissas, diante do desafio de manter empregos e salários de seus colaboradores.
No entanto, é inconcebível que transcorrido um mês do início do isolamento e já tendo sido anunciado a sua prorrogação até o dia 05 de maio de 2020, conforme Decreto Estadual nº 33.544, de 19 de abril de 2020, o Setor Produtivo ainda NÃO TENHA RECEBIDO NENHUMA PROPOSTA CLARA, nenhum plano específico, nenhum cronograma, sobre nossos principais pleitos para a reabertura dos negócios e a retomada das atividades produtivas, seguindo todas as orientações da OMS.
Muito pelo contrário, ao insistir em um pseudo conflito de interesses entre a saúde pública e a economia, estamos assistindo medidas que paralisam a atividade produtiva e que terão impactos duradouros e diretos na saúde financeira de todos os cearenses.
Nesse sentido, solicitamos a CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO composta por membros do Governo e do Setor Produtivo, para que possamos de forma segura flexibilizar o retorno gradual das atividades empresariais, dentro de padrões estabelecidos por essa Comissão, a fim de que possamos encontrar um caminho que preserve o equilíbrio econômico e social no combate à pandemia.
Seguimos abertos ao diálogo e com a certeza que o enfrentamento da pandemia não é só uma questão de saúde pública, mas também econômica e social.
Assinam,
RICARDO CAVALCANTE – FIEC
MAURÍCIO FILIZOLA – Fecomércio
FREITAS CORDEIRO – FCDL
FLÁVIO SABÓIA – FAEC
CHIQUINHO FEITOSA – Fetrans
ASSIS CAVALCANTE – CDL
JOÃO PORTO GUIMARÃES – ACC
CID ALVES – Sindilojas
FRANCISCO BARRETO – Femicro