Os argentinos estão sofrendo com a inflação que atingiu uma alta de 104,3%, a maior em 30 anos, causando um aumento nos preços dos bens essenciais, o que impossibilita muitos cidadãos de comprar algo além do necessário. “Eu queria me mudar para Florianópolis, lá não tem inflação”, lamentou Walter Prieton, dono de uma mercearia em Buenos Aires, de 52 anos. Esses números alarmantes não só mostram uma imagem sombria para o governo, que tentará manter o poder nas eleições de outubro, mas também para a oposição.
As recentes estatísticas do governo sobre a inflação, que viram um aumento de 7,7% em apenas um mês, agravaram os problemas da administração. O presidente Alberto Fernández, que está considerando concorrer à reeleição, tem uma desaprovação impressionante de 65%. Enquanto isso, a aliança de oposição Juntos pela Mudança está em desordem e o único candidato a concorrer sem oposição nas primárias é o candidato de extrema direita, Javier Milei.
Os argentinos estão sentindo o aperto à medida que não podem mais planejar o futuro, pois os itens serão inevitavelmente mais caros amanhã do que são hoje. Para lidar com isso, estão recorrendo a comprar opções mais baratas, principalmente carnes e produtos lácteos que tiveram os maiores aumentos mensais de preço. Aqueles que ainda podem pagar por produtos de marca encontram que eles estão em menor quantidade em comparação com as alternativas mais baratas.
O aumento nos preços dos alimentos tem afetado mais fortemente os cidadãos mais pobres, com mais de 11 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza na Argentina. Isso tem causado preocupação de que as próximas eleições sejam fortemente impactadas pelas altas taxas de inflação. O governo tem a maior parte da responsabilidade pela situação atual, mas a oposição também está sendo criticada por não oferecer soluções. A situação é grave e muitos argentinos estão pessimistas em relação ao futuro.
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