Microcrédito a partir de 2021 é uma das apostas da Caixa para o pós-pandemia. Relação com clientes será pautada pela tecnologia.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está empenhado em preparar o banco para exercer um papel importante em 2021, com o encerramento do auxílio emergencial. Enquanto o governo discute alternativas para socorrer os milhões de brasileiros afetados pela pandemia, a Caixa avalia as condições para oferecer a modalidade de microcrédito, produto que poderá estar disponível ainda no primeiro trimestre do próximo ano.
Confira alguns pontos da entrevista concedida pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao Correio Braziliense.
Do alcance e os limites da operação
Na verdade, a gente não tem um limite. É uma estimativa das pessoas que nós entendemos, mas assim a gente está fazendo análises e pode ser mais, depende da demanda deles. O que acontece dentro do microcrédito é que você tem pessoas com uma renda menor e uma renda um pouco maior, que nem, por exemplo, um limite de crédito, que normalmente vai depender da sua renda. Nós temos uma expectativa que o valor médio seja ao redor de R$ 1 mil. Vai ter gente que vai pegar R$ 400, R$ 500. Mas vai ter gente que vai pegar R$ 2 mil, R$ 2,5 mil. A partir de um determinado ponto já não é mais microcrédito.
Crédito pré-aprovado com alcance muito maior.
A vantagem é que a gente consiga ativar esse ponto do celular que já funciona para 105 milhões de pessoas. De novo, 99% das pessoas que são foco do microcrédito já têm a conta. Nós, ao visitar o Lixão, achamos gente que não tinha nem CPF. Essas pessoas são menos que invisíveis porque não receberam o auxílio, mas elas não tinham documento. A gente está pegando os documentos delas. De quem a gente já tem as informações, nós já estamos trabalhando.
Sobre planos de ampliar a rede de atendimento
Os outros bancos estão fechando agência. A gente não vai fechar agência em cidades que a Caixa é a única instituição financeira. A gente pode fazer algumas mudanças em cidades onde a gente tem muitas agências. A gente tem alguns lugares uma expansão. Lá onde não está ninguém, é onde a gente mais quer estar. Você tem pontos de atendimento que podem ser mais objetivos. Como a gente tem a lotérica em todos os lugares, a gente já tem a movimentação financeira. A o fato de ter isso nos ajuda muito, então tem determinados pontos em que não é financeiramente atrativo ter uma agência com 10 pessoas, mas pode ser uma agência menor, desde que você tenha a lotérica te ajudando. (CB)