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Pesquisa: de acordo com o Instituto Opnus, 6 a cada 10 cearenses não lembram em quem votaram para deputado e senador

58% dos entrevistados lembram em quem votaram para governador e 56% para presidente da República na última eleição.

Antes mesmo de senadores, deputados, governadores e presidentes encerrarem seus mandatos, um mal atinge a maioria dos cidadãos responsáveis por eleger esses mandatários: a “amnésia eleitoral”. 

Essa constatação foi reforçada, ao menos no Ceará, em pesquisa realizada entre os últimos dias 9 e 14 de fevereiro. O levantamento mostrou que 6 em cada 10 cearenses não se lembram dos votos que deram para eleger parlamentares no Estado.

A pesquisa, realizada pelo Instituto Opnus, entrevistou de forma presencial domiciliar 2,2 mil pessoas em 101 municípios cearenses. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, já o intervalo de confiança é de 95%. 

Ao todo, 58% das pessoas entrevistadas não recordaram dos votos distribuídos no pleito de 2018 para os cargos legislativos – que incluem senadores, deputados federais e estaduais.

Para o cientista político Cleyton Monte, que também é professor universitário e pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem) da Universidade Federal do Ceará (UFC), os motivos que levam a esse esquecimento são históricos e variados. “O primeiro deles é que, no geral, os partidos políticos no Brasil são fracos, eles não criam uma identificação com a população, mas, além disso, tem o formato das propagandas eleitorais, a oferta grande de candidatos e o próprio sistema de votação proporcional no Brasil, tudo isso gera essa crise de representatividade”, lista.

O pesquisador ressalta ainda que o Legislativo é visto com maior desconfiança pela população. “É um poder muito associado à corrupção, então as pessoas se sentem desestimuladas a acompanhar essa atuação parlamentar”, acrescenta. 

ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS 

Já quando se trata da disputa majoritária – para presidente e governador –, a “amnésia eleitoral” parece perder força. A pesquisa aponta que a maioria da população lembra-se da escolha feita para comandar o Palácio da Abolição. Proporcionalmente, 58% dos eleitores recordaram do voto dado em 2018 para o Governo do Ceará.

No caso da votação para quem iria comandar o Palácio do Planalto, 44% dos eleitores disseram que não lembravam da escolha feita na urna no 1º turno. Apesar do índice alto, na disputa majoritária, a maioria da população conseguiu ao menos recordar o voto, o que não ocorreu no pleito proporcional.

Conforme Cleyton Monte, essa proximidade maior com o Executivo é esperada ao analisar o sistema político brasileiro. “O Executivo está permanentemente presente, seja com o governador ou o presidente, que diariamente aparecem na imprensa, já o Legislativo é mais disperso”, afirma. (Opnus)

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